quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Um sonho do sonho !

Não sei por que nem como. Sonhei que estava andando por um lugar lindo. Sem cores, mas lindo! De repente vejo muitas pessoas deitadas num chão que também não tem cor. Ao lado um ônibus caído. Não acredito no que penso estar acontecendo, mas é isso mesmo. Um acidente. Estão mortos. Todos. No rosto deles, só paz. Percebo serenidade na expressão de todos. Eu também estou serena. Continuo caminhando. Sigo em frente. Olho para trás e vejo meu amor. Não se aproxima, mas me segue. Assim como eu, sereno. Doce como meu amigo.
Continuo caminhando e vejo algo parecido com casas. Pequenas casas. Uma ao lado da outra. Uma das portas está aberta. Entro. Dentro da casa tudo é branco menos as flores. Não são coloridas mas... têm cor. Sim! Têm cor. Ninguém me diz, mas entendo que o lugar é meu. A primeira peça parece uma sala. A outra é um quarto, pois tem cama. Olho pela porta e lá está o meu amor. Sereno e doce como o meu amigo.
Saio da casa e percebo que em volta também há flores, muitas, enfeitando a casa. Continuo caminhando. O meu amor me seguindo, sereno. Doce como meu amigo.
À frente, vejo um campo. Um campo muito extenso. Poucas árvores, plantas rasteiras no chão. Não há cor, mas o campo é colorido.
De repente, percebo alguém vindo em minha direção. Meu coração sente alegria. Continuo caminhando. Minha alegria aumenta. Então eu o reconheço. É meu doce amigo que vem em minha direção. Sorriso aberto. Riso solto. Braços abertos. Abraço. Carinho. Calor. Acolhimento. Meu doce amigo. Olhar de criança. Suavidade. Doçura. Mel. Nenhuma palavra. De mãos dadas seguimos em frente. Eu e meu amigo.

domingo, 26 de setembro de 2010

A dor que mais doi !

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé doem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, que o tempo não perdoa. Doem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ela no quarto, sem se verem, mas sabiam que estavam lá. Você podia ir para o escritório e ela para o dentista, mas sabiam onde estavam. Você podia ficar o dia sem se verem, mas sabiam que iriam se encontrar pela amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.
Saudade é não saber. Não saber mais se ela continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua pintando o cabelo de vermelho. Não saber se ela ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi à consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ela tem comido frango assado, se ela tem assistido às aulas de inglês, se ela aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ela continua fumando Carlton, se ela continua preferindo coca-cola, se ela continua sorrindo, se ela continua dançando, se ela continua surfando, se ela continua lhe amando.
Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.
Saudade é não querer saber se ela está com outra, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está feliz, e ao mesmo tempo querer. É não querer saber se ela está mais magra, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Porque só você deveria existir !

Você não se importa em me fazer não parar de pensar em você. Você tem o poder de me fazer sorrir quando quiser, você é o proibido que eu não deveria querer. Você é a escolha que eu nunca deveria escolher. Eu tento me afastar, mas eu sei que já não consigo mudar! Todas as músicas não deveriam me lembrar você, seu perfume não deveria continuar em mim, e o seu abraço não deveria me trazer lembranças. Você deveria ser uma qualquer, uma estranha qualquer. Eu não consigo entender em como isso me afetou tanto, e em como eu pude gostar de
uma pessoa tão rapidamente. Eu nunca consigo te entender, talvez por isso não consiga te esquecer. Depois de um tempo, talvez eu entenda tudo. Porque tudo tem que acontecer desta maneira? Porque gostar de alguém pode ser tão difícil. Uma memória não deveria iludir e nem existir... para machucar.
Se eu soubesse, jamais começaria a gostar. Eu queria mandar na saudade, mandar na angústia, e mandar na lembrança. Como uma simples pessoa, um simples coração pode me fazer tão bem? Como pode me afetar tanto? Tu me deixa tão feliz por dentro, uma felicidade contagiante que começa desde o último fio de cabelo ate os pés, me causando arrepios na maioria das vezes. Eu deveria te odiar, pelo simples fato de me fazer sorrir sozinha e fazendo me sentir no céu ao mesmo tempo. Deixando-me inquieta, bastando analisar que por um breve momento, eu não consigo te odiar. Talvez não fosse tão difícil te odiar por um minuto sem intervalos, se não passasse a maior parte do dia pensando em como o seu sorriso é capaz de fazer meus olhos brilharem, e o seu simples toque ser capaz de realizar uma sensação para-normal. Digamos que é impossível te odiar, que eu perdi o controle e que não estava no roteiro sentir saudades de você, mesmo que tenha sido apenas uma vez. Você consegue me deixar ficar elétrica depois de falar com você, querendo fazer do momento único e longo. E quando o momento acaba, sinto uma vontade de reviver só para dizer o que eu não disse, ou que eu não tive coragem de dizer. Não estava no plano fechar os olhos e pensar em você, lembrar do seu abraço, que me fez delirar, me fazendo desejar que não acabasse. O tempo passa te fazendo imaginar em como vai ser, te dando dor de cabeça e insegurança. Mesmo quando cada tique do relógio faz sua cabeça doer como se fosse um fluxo de sangue passando por uma ferida. Passando desigual, em estranhos solavancos, levando a calmaria embora, mas ele passa. Mesmo pra mim... Só de imaginar, me deixa tão feliz, que me da medo. Dizem que quando se está feliz demais, deve se preparar, pois alguma coisa sempre dá errado, mas sinceramente, nada pode dar errado agora. Eu vou ter você, e só isso importa agora.

P.S: esse texto foi inspirado em você, espero que um dia chegue a ler! J. <3

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Antes que você se vá !

Se sua partida é mesmo inevitável, se seu sonho é mesmo indispensável, se sua vida é mesmo impenetrável, vá logo de uma vez.
Não permita que eu me apegue e faça planos, não me deixe crer no que não há verdade.
Vá antes de borrar minha maquiagem, ferir minha coragem, antes que eu jogue meus instintos de sobrevivência definitivamente pela janela do prédio como se não me importassem mais os sentimentos próprios.
Não provoque meus medos, não confunda meu discernimento e não destrua meu equilíbrio. Apenas vá embora.
Leve tudo o que é seu para que a lembrança não perfure meu sorriso cheio de lágrimas.
Não me deixe criar um relacionamento individual onde eu sou todos os personagens, enquanto você é a platéia única, que faz questão de não aplaudir minhas fragilidades teatrais.
Você que preenche minhas lacunas de medo em cinco minutos de vida, deve ter um longo caminho de volta pro seu ser, enquanto eu sobrevivo de te esquecer daqui a pouco.
Se minhas palavras embaralhadas confundem sua mente, nem peço lucidez.
Já sei o quanto você gosta de estar entorpecida pra esquecer seus problemas, ao invés de resolvê-los. Mas não ignore o que eu sou por não ter forças em me decifrar, não fuja antes de saber o que eu posso fazer pra te dar uma vida.
Seu medo é de ser feliz?
Então dividamos esse pavor doentio da alegria, para que possamos partilhar o pânico de sorrir até que a tristeza não faça mais sentido a dois.
Se sua partida é mesmo inevitável, se seu sonho é mesmo indispensável, se sua vida é mesmo impenetrável, ao menos arrisque me carregar contigo.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O saber machuca !

Só eu sei o quanto eu senti falta daquele abraço apertado, e também sei que faria de tudo para senti-lo só mais uma vez... Apenas mais uma vez. Só eu sei que eu revivo cenas, volto no tempo, e desejo que meu passado se torne presente mais uma vez. Só eu sei a dor que senti quando descobri que meus planos de um futuro ao seu lado não seriam mais realizados. Só eu sei o quanto às lembranças insistem em aparecer na minha mente e eu sei que cada detalhe, cada lugar me faz lembrar de você e agora eu me lembro daquela música que você cantou pra mim, a mesma música que marcou a distância novamente, a música que eu considerei nossa... A música que irei me proibir de escutar o resto da vida para amenizar o sofrimento. Só eu sei a dor que vou sentir, só de imaginar que você vai estar feliz com outra pessoa e que vai sentir o que você não sente por mim. Seja pela falta, pela dor, pelas lembranças, pelos sonhos, eu sei muito bem das lágrimas que eu já chorei e que infelizmente, ainda vou chorar. Eu sei, e como sei.
Também sei que já cansei de encontrar jeitos para esquecê-la, e que talvez já me convenci que nunca conseguirei. Eu já busquei uma forma de esgotar essa falta, mas também sei que no final isso só aumentou meu sofrimento e sei que parece que ninguém entende o que sinto, que tudo o que te dizem soa como "mais alguma coisa" para teus ouvidos.
Eu sei que no meio de tantos amigos, risadas, momentos, me sinto perdida, e que trocaria tudo pela sua companhia. Sei o quanto sinto falta de, por um momento, não fazer nada ao seu lado. Eu sei o quanto você tentou me dar atenção, e o quanto você tentou me fazer sentir única, mas só eu sei o quanto eu gostaria de ouvir apenas uma vez um “EU TE AMO”.
Só eu sei o quanto te amei, e sei também, mais do que ninguém o quanto ainda amo você!